Para escrever bem é preciso ler bem. Ninguém consegue jogar futebol, interpretar, tocar trompete, etc. se não observar os mestres. Quem não lê não vai aprender a escrever por milagre. E já que falamos disso, fuja dos textos acadêmicos brasileiros, que, no geral, são empolados e escritos em linguagem tortuosa.
Escrever é a arte de utilizar palavras simples para exprimir ideias complexas - e não o contrário. Use sempre a ordem direta, afinal, o Yoda você não é. Tem gente que acha chique inverter a ordem clássica do sujeito-verbo-predicado. Por exemplo: '' Trabalhar como dentista, ele gostaria, mas João escreve romances policiais'' e não '' João escreve romances policiais, mas gostaria de trabalhar como dentista''.
Você até pode utilizar esse recurso por uma questão de estilo. Mas estilo, aprenda, só deve ser buscado por aqueles que já dominam as técnicas da boa redação. Primeiro, o básico. Depois, o floreio. Picasso distorcia figuras, mas era uma excelente pintor figurativo.
Use sempre frases curtas e economize vírgulas. O ponto final é seu amigo. Mesmo. A vírgula, nem sempre. Excesso de vírgulas na frase é sinal de que você precisa de mais pontos.
Quando terminar um texto, imagine como será lido em voz alta. A linguagem escrita, quando bem escrita, deve ter sonoridade.
Se a frase não soa bem, reescreva. '' Ouvir '' o que se escreve também é muito bom para eliminar cacófatos ('' ele beijou a boca dela'', '' vou-me já'' etc.). E, se faltar fôlego na leitura, a frase está longa demais.
Não abuse da linguagem tosca do MSN, Orkut ou chats. ''Você'' não é ''vc'', ''louca'' não é ''lôka'', ''beijos'' não é ''bjus'', ''hj'' não é ''hoje'' e ''tc'' não é ''teclar'' - que, aliás, não é sinônimo de ''falar''.
No Brasil de hj, digo, hoje, tem muita gente que se orgulha da própria ignorância e acha que mal tratar a língua portuguesa é uma virtude. Não é. Tenha a ousadia de se destacar da média. Quem pensa bem se expressa bem. Quem se expressa bem escreve bem.
Pense!
Edson Aran
Edson Aran
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