quinta-feira, maio 24, 2012

Esta é a minha melhor escolha?


Deus não é culpado. A culpa é de quem escolhe. Platão.
por Roni Chittoni


Trabalhar é um fardo pesado, alguém disse que enobrece o homem mas… prefiro ser humilde. Eu gostaria de viver em um desses tantos lugares paradisíacos, com uma casa em uma praia ou um campo de grama verdejante. Levante a mão quem nunca, mesmo secretamente, se entregou em devaneios semelhantes, de uma vida tranquila, seja ela modesta ou opulenta, e que nunca mais precisasse trabalhar…
Mas vamos colocar os pés no chão: precisamos trabalhar. É a “regra do jogo”. A deusa da Fortuna sorri apenas para os seus eleitos e eles são um a cada milhões. Para estes milhões, há apenas um caminho e nem sempre é o melhor ou o desejado. São milhões que trabalham por obrigação e não por vocação (seja lá o que isso significa). O resultado: de todos o mais grave é o “estado de espírito” abatido. O mais comum é simplesmente uma atitude resignada, numa aceitação passiva a um futuro “apagado”.
Muitos já decidiram em que profissão trabalhar. Contudo, a que você escolheu é a melhor?
Cerca de um mês, um amigo e eu falávamos sobre carreira, escolhas e futuros e a conversa ganhou contornos de um desabafo: suas escolhas – a faculdade que escolheu, sua profissão, seu emprego – não foram as melhores, ele concluiu. Apesar de ter um trabalho estável, com um salário proporcional e coerente com a sua formação, ele simplesmente não estava feliz. Chegamos a examinar, juntos, algumas alternativas radicais como reiniciar sua carreira em outra empresa ou até em outro estado. Mas o “medo do incerto” prendeu suas pernas. Não estávamos evoluindo mais e, resignado, sua conclusão era simplesmente abraçar a sua realidade, largando mão de ser feliz.
Foi quando perguntei, à queima-roupa: esta é a sua melhor escolha? Sua reação foi típica de quem recebe uma “tijolada” e permaneceu em silêncio, por alguns instantes até que, recomposto, despedimo-nos.
Na semana passada, voltamos a nos falar. Renovado, seu “estado de espírito” era outro, nitidamente melhor. Nem tive tempo de responder o seu “bom dia”. Animado, falou-me que guardava um prazer antigo mas escolheu uma faculdade diferente, que o levou na direção em que se encontrava. Estava decidido: iria voltar para a faculdade, matriculando-se no curso que era a expressão do seu desejo anterior. Iria reiniciar. Consciente, sabe que vai “esperar”. Mas a espera, completou, será o “pedágio” que está disposto a “pagar”.
E quanto a você: esta é a sua melhor escolha? Você pode não ter o emprego que desejava ou por obrigação ou por sobrevivência ou até mesmo por engano. Mas a resignação é a sua melhor atitude? Você já avaliou a possibilidade de reiniciar?
Li, recentemente, uma frase que marquei: ninguém pode considerar-se diante de um ponto final enquanto tiver a capacidade de fazer escolhas. Esse meu amigo, muito querido, me demonstrou, ao vivo, a verdade que esta frase carrega.

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