quinta-feira, maio 24, 2012

25 de maio de 2012

Isso, não encontrei um título melhor, apenas uma vontade de escrever sem-pensar-muito sobre o que falar.
É sobre definitivamente renascer ou "eu entrei na vida 'adulta' ". Agora entendo de quase-pouco-um-pouco sobre essa corrida maluca e começo a entrar em uma maratona diferente, ou tenho subido recentemente em uma roda gigante construída no Japão, talvez, daquelas enormes. São quase duas da madrugada. Me vem a cabeça questionamentos sobre escolhas e oportunidades. Está sendo um começo de ano não muito conturbado, como gostaria que fosse, a monotonia me destrói constantemente. Resta esperar mais um pouco e um pouco mais. Talvez tentar dormir, sonhar. O melhor de um sonho é acordar de repente achando que tinha alguma revelação chegando e você não pôde saber, pela interrupção. Pensando bem, é daí que retiro uma boa interpretação: Deus nos faz acordar para continuarmos, com nossas forças, nossos ideais na pura realidade mesmo.

Esta é a minha melhor escolha?


Deus não é culpado. A culpa é de quem escolhe. Platão.
por Roni Chittoni


Trabalhar é um fardo pesado, alguém disse que enobrece o homem mas… prefiro ser humilde. Eu gostaria de viver em um desses tantos lugares paradisíacos, com uma casa em uma praia ou um campo de grama verdejante. Levante a mão quem nunca, mesmo secretamente, se entregou em devaneios semelhantes, de uma vida tranquila, seja ela modesta ou opulenta, e que nunca mais precisasse trabalhar…
Mas vamos colocar os pés no chão: precisamos trabalhar. É a “regra do jogo”. A deusa da Fortuna sorri apenas para os seus eleitos e eles são um a cada milhões. Para estes milhões, há apenas um caminho e nem sempre é o melhor ou o desejado. São milhões que trabalham por obrigação e não por vocação (seja lá o que isso significa). O resultado: de todos o mais grave é o “estado de espírito” abatido. O mais comum é simplesmente uma atitude resignada, numa aceitação passiva a um futuro “apagado”.
Muitos já decidiram em que profissão trabalhar. Contudo, a que você escolheu é a melhor?
Cerca de um mês, um amigo e eu falávamos sobre carreira, escolhas e futuros e a conversa ganhou contornos de um desabafo: suas escolhas – a faculdade que escolheu, sua profissão, seu emprego – não foram as melhores, ele concluiu. Apesar de ter um trabalho estável, com um salário proporcional e coerente com a sua formação, ele simplesmente não estava feliz. Chegamos a examinar, juntos, algumas alternativas radicais como reiniciar sua carreira em outra empresa ou até em outro estado. Mas o “medo do incerto” prendeu suas pernas. Não estávamos evoluindo mais e, resignado, sua conclusão era simplesmente abraçar a sua realidade, largando mão de ser feliz.
Foi quando perguntei, à queima-roupa: esta é a sua melhor escolha? Sua reação foi típica de quem recebe uma “tijolada” e permaneceu em silêncio, por alguns instantes até que, recomposto, despedimo-nos.
Na semana passada, voltamos a nos falar. Renovado, seu “estado de espírito” era outro, nitidamente melhor. Nem tive tempo de responder o seu “bom dia”. Animado, falou-me que guardava um prazer antigo mas escolheu uma faculdade diferente, que o levou na direção em que se encontrava. Estava decidido: iria voltar para a faculdade, matriculando-se no curso que era a expressão do seu desejo anterior. Iria reiniciar. Consciente, sabe que vai “esperar”. Mas a espera, completou, será o “pedágio” que está disposto a “pagar”.
E quanto a você: esta é a sua melhor escolha? Você pode não ter o emprego que desejava ou por obrigação ou por sobrevivência ou até mesmo por engano. Mas a resignação é a sua melhor atitude? Você já avaliou a possibilidade de reiniciar?
Li, recentemente, uma frase que marquei: ninguém pode considerar-se diante de um ponto final enquanto tiver a capacidade de fazer escolhas. Esse meu amigo, muito querido, me demonstrou, ao vivo, a verdade que esta frase carrega.

terça-feira, maio 08, 2012

O Porteiro do Prostíbulo





Não havia no povoado pior ofício do que ‘porteiro do prostíbulo’.
Mas que outra coisa poderia fazer aquele homem?
O fato é que nunca tinha aprendido a ler nem escrever, não tinha nenhuma outra atividade ou ofício.
Um dia, entrou como gerente do prostíbulo um jovem cheio de idéias, criativo e empreendedor, que decidiu modernizar o estabelecimento.
Fez mudanças e chamou os funcionários para as novas instruções.
Ao porteiro disse:
- A partir de hoje, o senhor, além de ficar na portaria, vai preparar um relatório semanal onde registrará a quantidade de pessoas que entram e seus comentários e reclamações sobre os serviços.
- Eu adoraria fazer isso, senhor. – Balbuciou – Mas eu não sei ler nem escrever!- Ah! Quanto eu sinto! Mas se é assim, já não poderá seguir trabalhando aqui.
- Mas senhor, não pode me despedir, eu trabalhei nisto a minha vida inteira, não sei fazer outra coisa. – Olhe, eu compreendo, mas não posso fazer nada pelo senhor.
Vamos dar-lhe uma boa indenização e espero que encontre algo que fazer. Eu sinto muito e que tenha sorte.
Sem mais nem menos, deu meia volta e foi embora. O porteiro sentiu como se o mundo desmoronasse. Que fazer?
Lembrou que no prostíbulo, quando quebrava alguma cadeira ou mesa, ele a arrumava, com cuidado e carinho.
Pensou que esta poderia ser uma boa ocupação até conseguir um emprego.
Mas só contava com alguns pregos enferrujados e um alicate mal conservado.
Usaria o dinheiro da indenização para comprar uma caixa de ferramentas completa.
Como o povoado não tinha casa de ferragens, deveria viajar dois dias em uma mula para ir ao povoado mais próximo para realizar a compra.
E assim o fez.
No seu regresso, um vizinho bateu à sua porta:
- Venho perguntar se você tem um martelo para me emprestar.
- Sim, acabo de comprá-lo, mas eu preciso dele para trabalhar … já que..
- Bom, mas eu o devolverei amanhã bem cedo.
- Se é assim, está bom.
Na manhã seguinte, como havia prometido, o vizinho bateu à porta e disse:
- Olha, eu ainda preciso do martelo. Porque você não o vende para mim?
- Não, eu preciso dele para trabalhar e além do mais, a casa de ferragens mais próxima está a dois dias de viagem sobre a mula.
- Façamos um trato – disse o vizinho.
Eu pagarei os dias de ida e volta mais o preço do martelo, já que você está sem trabalho no momento. Que lhe parece?
Realmente, isto lhe daria trabalho por mais dois dias…. aceitou.
Voltou a montar na sua mula e viajou.
No seu regresso, outro vizinho o esperava na porta de sua casa.
- Olá, vizinho. Você vendeu um martelo a nosso amigo.
Eu necessito de algumas ferramentas, estou disposto a pagar-lhe seus dias de viagem, mais um pequeno lucro para que você as compre para mim, pois não disponho de tempo para viajar para fazer compras.
Que lhe parece?
O ex-porteiro abriu sua caixa de ferramentas e seu vizinho escolheu um alicate, uma chave de fenda, um martelo e uma talhadeira. Pagou e foi embora. E nosso amigo guardou as palavras que escutara: ‘não disponho de tempo para viajar para fazer compras’.
Se isto fosse certo, muita gente poderia necessitar que ele viajasse para trazer as ferramentas.
Na viagem seguinte, arriscou um pouco mais de dinheiro trazendo mais ferramentas do que as que havia vendido.
De fato, poderia economizar algum tempo em viagens.
A notícia começou a se espalhar pelo povoado e muitos, querendo economizar a viagem, faziam encomendas.
Agora, como vendedor de ferramentas, uma vez por semana viajava e trazia o que precisavam seus clientes.
Com o tempo, alugou um galpão para estocar as ferramentas e alguns meses depois, comprou uma vitrine e um balcão e transformou o galpão na primeira loja de ferragens do povoado.
Todos estavam contentes e compravam dele.
Já não viajava, os fabricantes lhe enviavam seus pedidos.
Ele era um bom cliente.
Com o tempo, as pessoas dos povoados vizinhos preferiam comprar na sua loja de ferragens, do que gastar dias em viagens.
Um dia ele lembrou de um amigo seu que era torneiro e ferreiro e pensou que este poderia fabricar as cabeças dos martelos.
E logo, por que não, as chaves de fendas, os alicates, as talhadeiras, etc …
E após, foram os pregos e os parafusos…
Em poucos anos, nosso amigo se transformou, com seu trabalho, em um rico e próspero fabricante de ferramentas.
Um dia decidiu doar uma escola ao povoado.
Nela, além de ler e escrever, as crianças aprenderiam algum ofício.
No dia da inauguração da escola, o prefeito lhe entregou as chaves da cidade, o abraçou e lhe disse: – É com grande orgulho e gratidão que lhe pedimos que nos conceda a honra de colocar a sua assinatura na primeira página do livro de atas desta nova escola.
- A honra seria minha – disse o homem. Seria a coisa que mais me daria prazer, assinar o livro, mas eu não sei ler nem escrever, sou analfabeto.
- O Senhor?!?! – Disse o prefeito sem acreditar. O senhor construiu um império industrial sem saber ler nem escrever? Estou abismado. Eu pergunto:
- O que teria sido do senhor se soubesse ler e escrever?
- Isso eu posso responder. – Disse o homem com calma.
Se eu soubesse ler e escrever… ainda seria o porteiro do prostíbulo.


Fernando Pessoa

sábado, maio 05, 2012

Ponto de início, emagrecer.


"Um sábado certamente não é o dia mais apropriado para se começar um regime", afirma a população mundial. O sábado é, sem dúvidas, o dia da tentação. Ou o dia da privação... Até que se prove o contrário. Enfim, não é nada saudável o início de qualquer tipo de dieta no mais badalado dia do fim de semana. E é com este desafio que eu começo o meu dia... #Atéquando?