Uma avó inicia a vida “inocente” de sua neta, emprestando-a, frequentemente, ao patrão. Por infelicidade, essa neta inda não atingira todo o vigor...
“ _ Faça tudo o que ele quiser”, enfatizou a velha.
A menina sabia o que significava “ o que ele quiser”, ou pelo menos imaginava o que seria. Ela não tinha escolhas. Afinal, os adultos sabem o que fazem. Ela só conseguia observar o brilho nos olhos dele que confirmavam suas suspeitas. Conseguiu maquinalmente caminhar, hesitante seguiu para o interior da casa, habitada por pessoas bondosas, exceto aquele homem e aquela empregada.
Clara teve uma infância triste, uma adolescência obscura. Por conseqüência, possui hoje um perfil conhecido, e muito temido. Ela apenas não se preocupa com a vida das pessoas, com o que eles irão se tornar ou o que poderão perder ou ganhar. Hoje seu ego grita, implora. A garota loirinha, olhos claros, de semblante harmonioso, vive sem hesitar. Sabe que no olhar do homem se esconde aquilo que a fez, a formou. E que não se arrepende do que causa. O casal imperfeito se formou em sua mente. E isso está longe de ser uma boa lembrança.
_ Vem aqui, lembra quando eu era pequena e você pedia para eu pular?
_ Agora vem, vamos fazer o contrário.
Naquela noite o patrão morrera com uma faca no "pé da barriga".
Clara vingou-se. Não por tudo, mas por ...
...Alguma coisa, pensou, em seu novo país.
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