terça-feira, maio 31, 2011

É como andar em uma esteira.

Laís quer chegar mais cedo na academia hoje.
O dia de trabalho foi intenso e mais tarde ela estará no aniversário do ano: em plena terça-feira, o da melhor amiga dela.

6 pm.

Abre a porta da frente.
_ Mãe, a Carol chegou, já tô indo malhar.

Carol é uma amiga de infância de Laís. Sempre suporta as crises da amiga, porém nunca foi chamada de "melhor".

E a cena é esta: Láis e Carol se distanciando da casa, esta que por muito tempo não mais sorriu.

A noite foi longa, Laís, como sempre, falou com todos da FitnessWomm, sempre firme e meiga. E era isto que ela realmente queria: permanecer com o corpo firme
 para não passar vergonha na festa.

A festa.
Foi terrível.
Todos souberam. Todos os celulares começaram a tocar quase no mesmo instante e ininterruptamente.

Era a notícia que abalaria a muitos, ou não.
Laís, por correr em demasia na esteira, perde o equilibrio e sua cabeça encontra o chão, depois de ser arrastada para fora do equipamento.
Ela morreu alí. Não comera nada desde o almoço. Queria ficar mais magra para a...

Festa que acabou. Vários rostos decepcionados com a tristeza da melhor amiga de Laís.

Na esteira, Laís cada vez corria mais rápido, tinha um objetivo, olhava à sua frente e almejava estar mais firme e magra. Ela sabia que para tal, correria o risto de perder-se no seu próprio desequilíbrio. (é quando estamos progredindo e algo ou alguém nos venda, fura nossos olhos sem dó nem piedade, nos distanciam de nossos sonhos, nossas metas).
 Ela só queria realizar uma meta.

Era apenas uma garota em uma esteira, que correu por medo, não queria ficar para trás. Pressionada por essa tal sociedade.